Marcelo Alcantara Holanda +
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Peso Ideal
Gênero: Masculino
Fórmula: 50 + 0,91 * (Altura - 152,4 cm).
Comentários/Recomendações:
- VC: 6 a 8 ml/kg - Início da VM.
Gênero: Feminino
Fórmula: 45,5 + 0,91 * (Altura - 152,4 cm).
Comentários/Recomendações:
- VC < 6 ml/kg - SARA.
Mecânica Respiratória
Resistência de vias Aéreas (Rva)
Fórmula: Pressão de pico - Ppausa (cmH2O)/Fluxo (L/s).
Requer fluxo quadrado em modo VCV para cálculo.
Comentários/Recomendações:
- Valor Normal: 4 a 10 cmH2O/L.s .
- Manter Rva < 20 cmH2O/L.s nas doenças obstrutivas.
Complacência estática (Cst)
Fórmula: Volume corrente (ml) / (P. de pausa - PEEP) (cmH2O).
Comentários/Recomendações:
- Valor habitual: 50 a 80 ml/cmH2O.
- Alta - Enfisema.
- Baixa - SARA, edema pulmonar, distensão abdominal, pneumotórax, atelectasia.
Pressão de pico
Definição: Pressão máxima de vias aéreas.
Comentários/Recomendações:
- Manter < 35 a 45 cmH2O.
Pressão de pausa
Definição: Pressão alveolar medida ao final da inspiração por pausa de 0,5s.
Comentários/Recomendações:
- Manter < 28 a 30cmH2O ou menor valor possível.
Auto-PEEP ou PEEP intríseca
Definição: Pressão alveolar medida ao final da expiração por pausa de 3s.
Comentários/Recomendações:
- Valor normal: zero.
- Manter < 10 cmH2O nas doenças obstrutivas das vias aéreas.
Driving pressure ou Pressão de distensão
Fórmula: Pressão de pausa - PEEP (cmH2O).
Comentários/Recomendações:
- Manter < 15 cmH2O na SDRA e em pacientes com risco de VILI.
Troca Gasosa
PaO2
Comentários/Recomendações:
- Manter entre 65 e 80 mmHg com a menor FIO2 possível.
PaCO2
Comentários/Recomendações:
- Manter valor conforme pH.
- Hipercapnia permissiva (PaCO2 > 50mmHg) na SARA e doenças obstrutivas das vias aéreas.
pH
Comentários/Recomendações:
- Manter entre 7,34 a 7,44 no sangue arterial.
- Hipercapnia permissiva (PaCO2 > 50mmHg com pH > 7,20).
Relação PaO2/FIO2
Comentários/Recomendações:
- Normal > 400 a 500mmHg - nível do mar
- Pode refletir "efeito shunt" nos pulmões:
- 200 a 300: 10 a 20% de shunt,
- 100 a 199: 20 a 40% de shunt,
- < que 100: > 40% de shunt.
SaO2
Comentários/Recomendações:
- Manter > 92-96% (Checar contorno da onda pletismográfica na oximetria de pulso).
Ajuste da FIO2
Fórmula: FIO2 alvo = PaO2 alvo (mmHg) * (FIO2 atual / PaO2 alvo (mmHg)).
Comentários/Recomendações:
- Defina a menor FIO2 possível.
Ajuste da frequência respiratória (f)
Fórmula: f alvo = f atual * PaCO2 atual (mmHg) / PaCO2 alvo (mmHg).
Comentários/Recomendações:
- Escolha um alvo de PaCO2 de acordo com a condição do paciente e o pH.
Preditores de sucesso no desmame
Relação f/VC ou Índice de Tobin
Fórmula: f/VC = f/ (VE/f)
Comentários/Recomendações:
- Valores > 105 rpm/L estão associados ao insucesso no desmame.
- Através do ventilômetro, identificar o volume minuto e frequência respiratória do paciente em respiração espontânea, ou seja, desconectado do ventilador.
- Aplicar os valores de volume minuto na fórmula VC médio = VE (L) /f (rpm) para achar o volume corrente.
- Após isso, aplicar os valores de VC e f na fórmula do índice de Tobin: f/VC.
Pressão Inspiratória Máxima (PImax)
Comentários/Recomendações:
- PImax > (menos negativa) que -20 a -30cmH2O se associa a fraqueza muscular respiratória e falha de extubação/desmame.
P0.1
Definição: pressão na via aérea medida aos 100ms ou 0,1s do início da inspiração.
Comentários/Recomendações:
- Normalidade: 1,5 – 3,5 cmH2O (drive ventilatório normal / normoasssitência ventilatória)
- Baixo: <1,0cmH2O (drive ventilatório hipoestimulado / super – assistência ventilatória / falha no desmame)
- Elevado: >4,0cmH2O (drive ventilatório hiperestimulado / sub – assistência ventilatória / falha no desmame)
- Alguns ventiladores podem medir a P0,1 com o auxílio de um software específico.
- Aplicação clínica: avaliação do nível de suporte ventilatório e esforço muscular, estima o comando neural ou drive respiratório.
Outros
Parâmetro: Constante de tempo (s)
Definição: tempo necessário para esvaziamento do pulmão.
Fórmula: Constante de tempo = Rva (cmH2O/L.s) * Cst (L/cmH2O)
Ex.: 10 cmH2O/L.s (Rva) * 0,06 L/cmH2O (Cst) = 0,6s.
Comentários/Recomendações:
- São necessárias 4 a 5 constantes de tempo para uma expiração adequada ou quase completa.
Pmus (cmH2O)
Fórmula: Pmus = -3/4 * ∆ Pocc (pressão de oclusão) ou -0,75 * ∆ Pocc
Comentários/Recomendações:
- Aplicação clínica: Estima a Pmus durante a VM, sem a necessidade de cateter esofágico.
- Para isso, é necessário encontrar delta Pocc (pressão de oclusão). Para identificação da ∆ Pocc: Realizar pausa expiratória (observa-se uma queda na pressão) e observar a variação de pressão na via aérea (Delta Pocc = PEEP
- menor pressão alcançada).
- Valores normais Pocc: 5 - 10 cmH2O.
Passo a passo:
Passo 1: Realiza uma pausa expiratória (manobra de oclusão).
Passo 2: Congela a tela do VM.
Passo 3: Com o cursor do VM, identifica o valor da ∆Pocc (∆ Pocc = queda da pressão + PEEP)
Passo 4: Aplica na fórmula (Pmus = -3/4 x ∆Pocc ou - 0,75 * ∆Pocc)
- Pmus < 5cmH2O (superassistência, baixo drive - por exemplo, sedação, fraqueza muscular)
- Pmus ≤ 10cmH2O (proteção diafragmática)
- Pmus > 13-15 cmH2O (esforço muscular excessivo)
Índice ROX
Fórmula: ROX = (SpO2/FIO2)*100/frequência respiratória.
Comentários/Recomendações:
- Índice ROX ≥4,88 medido 2, 6 ou 12 hs após o início da CNAF está associado a um menor risco de intubação.
- Índice ROX <3,85 = alto risco de falha de CNAF.
- Se ROX de 3,85 a < 4,88, pontuação pode ser repetida 1 ou 2 hs depois para avaliação posterior.
Índice de Assincronia (%)
Fórmula: IA = número de eventos assincrônicos / f total (ciclos disparados ou não).
Comentários/Recomendações:
- IA > 10% considerado grave.
Mechanical Power (J/min)
Definição: Energia transferida para os pulmões pelo ventilador mecânico.
Fórmula: MP = 0.098 x (VC/1000) x driving pressure x f
Comentários/Recomendações:
- MP < 12 J/min – normal;
- MP 13 - 17 J/min - Injúria pulmonar;
- MP 18 - 22 J/min - SDRA leve;
- MP 23 - 24 J/min - SDRA moderada;
- MP 25 - 27 J/min - SDRA severa;
- MP > 27 J/min - indicação de ECMO.
Referências
Henderson WR, Chen L, Amato MBP, Brochard LJ. Fifty Years of Research in ARDS. Respiratory Mechanics in Acute Respiratory Distress Syndrome. Am J Respir Crit Care Med. 2017 Oct 1;196(7):822-833. Brazilian recommendations of mechanical ventilation 2013. Part I. Jornal Brasileiro de Pneumologia [online]. 2014, v. 40, n. 4, pp. 327-363.