Última atualização: Quarta, 03 de Novembro de 2021, as 22:13
Mulher de 77 anos, necessitando de intubação e ventilação mecânica (Servo S - Maquet), estava em modo VCV com fluxo em "onda em rampa". Sensibilidade: 2l / min.
Diagnóstico: choque séptico, mas pressão arterial estável.
O que você faria a respeito da assincronia paciente-ventilador?
A) Sedar profundamente o paciente
B) Aumente o VT e o tempo inspiratório
C) Mudar o modo para PCV mantendo o mesmo VT
D) Mudar o perfil de fluxo para o formato de onda quadrada
A resposta correta é a opção: C) Mudar o modo para PCV mantendo o mesmo VT
As curvas abaixo mostram dois tipos de assincronia: demanda de fluxo do paciente não atendida pelo ventilador (mostrada na primeira imagem superior) e um disparo duplo (mostrado na segunda imagem).
Alterar o modo do ventilador para PS pode realmente melhorar a sincronia nesta situação particular. No entanto, o paciente ainda estava em estado de sedação profunda para usar essa abordagem com segurança.
Aumentar o fluxo inspiratório no modo VCV e também alterar o perfil de fluxo do formato de onda de desaceleração para onda quadrada seria uma opção interessante, mas pode não resolver o problema, devido à redução do tempo inspiratório que pode ocorrer no caso de manutenção de o pico de fluxo inspiratório. Nesse caso específico, tanto o fluxo inspiratório quanto o tempo inspiratório precisariam ser aumentados.
Então, vamos dar uma olhada nas soluções que foram escolhidas e alcançaram sucesso neste caso como pode ser visto na imagem abaixo:
Ao alternar para o modo PCV, a interação paciente-ventilador melhorou rapidamente, em poucos minutos, com redução do trabalho da musculatura abdominal. As curvas VM também melhoraram, sem acionamento duplo e sem sinais de demanda de fluxo não atendida.
Houve um ligeiro incremento de VT: de 300 para 320-330ml, no modo PCV o VC irá sempre variar com a interação paciente-ventilador, o que é esperado e mesmo desejável a depender do contexto clínico geral do paciente
No modo PCV, neste caso específico, o pico de fluxo inspiratório teve boa interação com a redução do esforço muscular inspiratório, o que proporcionou maior conforto e redução do drive respiratório do paciente.
Não houve necessidade de administração de sedativos adicionais ou bloqueio neuromuscular, opções inicialmente consideradas pela equipe da UTI.
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