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Clube de Revista: P0.1 is an Unreliable Measure of Effort in Support Mechanical Ventilation in Comparison With Esophageal-Derived Measures of Effort: A Comparison Study

Por: BETINA SANTOS TOMAZ, FISIOTERAPEUTA - 15/07/2025 12:38

🫁 P0.1 como marcador de esforço respiratório: confiável ou não?

📌 Baseado no artigo publicado em junho de 2025 no Critical Care Medicine:
Smits et al. P0.1 is an Unreliable Measure of Effort in Support Mechanical Ventilation in Comparison With Esophageal-Derived Measures of Effort
[DOI: 10.1097/CCM.0000000000006745]


📖 Resumo do estudo:
O artigo comparou a pressão de oclusão nas vias aéreas (P0.1) com três medidas obtidas por balão esofágico, ΔPes, PTP e WOB, em 30 pacientes ventilados em modo espontâneo. Utilizando modelos estatísticos robustos (GEE e GLMM), os autores encontraram baixa correlação entre P0.1 e as medidas esofágicas (R² < 0.12), enquanto as medidas derivadas do balão esofágico apresentaram alta correlação entre si (R² > 0.84).

Figura 1. Relações entre o P0.1 e os parâmetros derivados da pressão esofágica:
  • (A) Correlação entre o work of breathing (WOB) e o P0.1: R² = 0,111, indicando fraca correlação entre o esforço respiratório e o P0.1.
  • (B) Correlação entre o pressure-time product (PTP) e o P0.1: R² = 0,113, também demonstrando baixa correlação.
  • (C) Correlação entre a variação da pressão esofágica (ΔPes) e o P0.1: R² = 0,034, revelando correlação praticamente inexistente entre os parâmetros.

🧠 Por que isso importa?
Em UTI, a avaliação do esforço respiratório é fundamental para evitar tanto o esforço excessivo (que leva à patient self-inflicted lung injury, P-SILI), quanto a subventilação passiva. O uso da P0.1 tem sido defendido por ser uma medida simples e não invasiva, mas este estudo reforça que P0.1 não é uma medida confiável do esforço muscular, e sim do drive respiratório, o estímulo neural.


🔬 Principais achados:

  • P0.1 não correlaciona bem com WOB, PTP e ΔPes.

  • ΔPes, PTP e WOB correlacionam-se fortemente entre si.

  • 🟡 O estudo usou ventilador Hamilton C6, com método de quasi-oclusão para P0.1, que pode subestimar valores.

  • 🧪 ΔPes mostrou-se um parâmetro simples e confiável quando se dispõe de cateter esofágico.

  • 🗣️ Conclusão: o uso clínico de P0.1 como substituto ao balão esofágico deve ser feito com cautela.


💬 Perguntas para discussão:

  1. Você utiliza a P0.1 na sua prática clínica como estimativa de esforço respiratório?

  2. Sua unidade realiza monitoramento com balão esofágico? Em que cenários?

  3. Como interpretar e aplicar essas evidências em ambientes com recursos limitados?

  4. Considerando os achados, qual seria o papel ideal da P0.1 no dia a dia da UTI?


🧭 Vamos refletir juntos sobre o uso adequado das ferramentas de monitoramento da interação paciente–ventilador. Esperamos sua participação nos comentários!



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