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DICA DE LEITURA! Editorial quentinho -> ELMO: uma interface inovadora para ventilação não invasiva

Por: BETINA SANTOS TOMAZ, FISIOTERAPEUTA - 21/02/2022 10:47

Pinheiro e colaboradores acabaram de publicar um importante editorial sobre o ELMO no Jornal Brasileiro de Pneumologia. 

Acesse o editorial na íntegra em: ELMO: uma interface inovadora para ventilação não invasiva

 

Inicialmente, os autores recordaram em que contexto a interface foi criada. “Pacientes com doença grave, sobrecarga das UTIs e a escassez de equipamentos, incluindo ventiladores capazes de oferecer ventilação mecânica segura e eficiente, culminando em mortalidade excessiva.”, esse era o cenário. 

Recordou os resultados do nosso estudo preliminar que “avaliou a viabilidade, a resposta aguda e os efeitos adversos do uso do ELMO” publicado no JBP (TOMAZ et al., 2022).

 

Os resultados incluem: 

  • A aplicação do CPAP com ELMO (ELMOcpap) é viável. 
  • Apenas um paciente em cada dez (10%) não tolerou o ELMOcpap e o utilizou por menos de 40 min. 
  • A mediana do número de dias de uso do ELMOcpap foi de 2 (IIQ: 1-5 dias), com mediana de 310 min de uso diário (IIQ: 60-1.230 min). 
  • Durante o uso do ELMOcpap, os pacientes permaneceram confortáveis e não foram necessários sedativos ou analgésicos. 
  • O ELMOcpap foi associado a aumentos na PaO2, SaO2 e PaO2/FiO2, bem como à redução do escore de dispneia de Borg. 
  • A reinalação de CO2 não foi detectada. 
  • Foram observados apenas efeitos colaterais leves: tosse, boca seca, irritação nos olhos, regurgitação e desconforto cervical/axilar.
  • A taxa de sucesso do ELMOcpap foi de 60%, resultado semelhante ao encontrado em outros estudos que aplicaram VNI em pacientes com IRHA por COVID-19.
  • Quatro pacientes falharam: um não tolerou a interface e recebeu oxigenoterapia convencional e três tiveram piora do quadro respiratório e foram intubados. Desses três pacientes, dois faleceram.

 

Pontos importantes que os autores levantaram, além de uma objetiva revisão dos últimos estudos sobre a eficácia da VNI com capacete, foram:

  • Uma importante limitação da VNI em pacientes com IRHA é a taxa de mortalidade entre aqueles que falharam e foram intubados, que geralmente é maior do que aqueles que são intubados sem receber VNI previamente.
  • A principal hipótese para explicar a maior mortalidade em pacientes que são intubados após receber VNI é o atraso na intubação.
  • Esse atraso pode estar associado a eventos isquêmicos cardíacos, fadiga muscular respiratória e complicações da intubação de emergência, fatores que podem piorar os desfechos dos pacientes.

 

Os autores ainda ressaltam que “Para reduzir as taxas de falha da VNI, estudos para identificar pacientes de alto risco e estabelecer parâmetros objetivos para indicar a intubação são necessários.”

 

Concluem descrevendo que “Iniciativas inovadoras capazes de aumentar de forma efetiva e segura o tratamento de pacientes críticos são extremamente importantes e, no Brasil, ainda são poucas e raras. Portanto, o notável desenvolvimento do ELMOcpap deve ser considerado um exemplo de como enfrentar um evento adverso e catastrófico, a pandemia de COVID-19, de forma criativa e engenhosa.”

 

Aproveitem para discutir conosco as referências citadas acima!

 

Boa leitura a todos ;)



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