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CLUBE DE REVISTA: Phenotypes of Patients with COVID-19 Who Have a Positive Clinical Response to Helmet Noninvasive Ventilation

Por: Marcelo Alcantara, Médico - 25/04/2022 19:37

Há marcadores de resposta ao suporte respiratório não-invasivo com HELMET na COVID-19?

 

No estudo HENIVOT (Grieco DL et al. Effect of helmet noninvasive ventilation vs high-flow nasal oxygen on days free of respiratory support in patients with COVID-19 and moderate to severe hypoxemic respiratory failure: the HENIVOT randomized clinical trial. JAMA 2021) o uso de VNI com HELMET resultou em menor taxa de intubação traqueal (IOT) e maior número de dias livres de suporte ventilatório do que o uso de CNAF.

 

Nesse contexto os próprios autores do artigo e do editorial que o acompanhou sugeriram a busca para a identificação de características fenotípicas associadas à resposta ao uso dessa interface.

 

Os autores fizeram uma análise post-hoc dos 109 pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica (PaO2/FIO2 < 200) incluídos no estudo e avaliaram os seguintes parâmetros basais: PaO2/FIO2, PaCO2, frequência respiratória, escore de dispneia por escala visual analógica (EVA), isoladamente ou agrupados em índices compostos.

- Nos pacientes com PaCO2 < 35mmHg (n= 59, 54%), com hiperventilação, houve maior benefício do uso do HELMET-VNI em comparação ao uso da cânula nasal de alto fluxo (CNAF) quanto à taxa de IOT (18% vs 61%), redução de risco absoluto de 43% (IC 95% 19% a 61%) com razão de chance, odds ratio de 0.10. (IC 95% CI 0.22 a 0.42; p = 0.002). E, importante, a mortalidade na UTI foi menor no grupo HELMET 11% vs 39%, redução de risco absoluto de 28% (IC 95%, 47% a 6%) e uma razão de chance ajustada de 0.15 (IC 95%, 0.03 a 0.69; p = 0.015). 

- Já nos pacientes com PaCO2 > 35mmHg (46% do total) nenhuma diferença estatisticamente significativa foi observada.

 - Os autores avaliaram um índice composto: PaO2/(FIO2 x escore da dispneia)

- Os pacientes foram comparados em dois grupos, aqueles com índice > 30, melhor oxigenação e menos dispneicos (55, 50,4%) ou < 30 (54, 49,6%), pior oxigenação e mais dispneicos.

- Somente no grupo com índice < 30 observou-se benefício do uso do HELMET vs CNAF, em especial quanto à taxa de IOT, 37% vs 70%, com redução de risco absoluto de 33% (IC 95% CI, 27% a 54%) e razão de chance ajustada de 0.11 (IC 95%, 0.02 to 0.55; P = 0.008).

 

Estes resultados apontam que pacientes com maior repercussão fisiológica da COVID-19 resultando em maior hipoxemia, dispneia e hiperventilação podem apresentar maior benefício da VNI aplicada com a interface de capacete ou HELMET em comparação à CNAF.

 

Também parece plausível que o benefício seja maior nos casos em que provavelmente o trabalho respiratório e o comando neural (drive respiratório) se encontram sob estresse significativo e potencialmente se associando a lesão pulmonar auto-induzida (P-SILI)

 

Obviamente o estudo tem limitações por ser uma análise post-hoc, sendo apenas uma forma de gerar novas hipóteses para estudos futuros.

 

Além disso, não é possível extrapolar esses resultados para o emprego de HELMET na forma de CPAP. Aliás este tipo de intervenção ainda carece de uma comparação com HELMET-VNI (com dois níveis de pressão) e com a própria CNAF na insuficiência respiratória hipoxêmica.

 

Segue LINK para o artigo na íntegra:

 

Grieco DL, Menga LS, Cesarano M, Spadaro S, Bitondo MM, Berardi C, Rosà T, Bongiovanni F, Maggiore SM, Antonelli M; COVID-ICU Gemelli Study Group. Phenotypes of Patients with COVID-19 Who Have a Positive Clinical Response to Helmet Noninvasive Ventilation. Am J Respir Crit Care Med. 2022 Feb

 

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