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CLUBE DE REVISTA Awake prone positioning for non-intubated patients with COVID-19-related acute hypoxaemic respiratory failure: a systematic review and meta-analysis

Por: Marcelo Alcantara, Médico - 17/08/2022 10:37

Afinal, pronar ou não pronar um paciente em respiração espontânea e acordado com insuficiência respiratória hipoxêmica por COVID-19?

O que podemos, de fato, extrair dos melhores estudos sobre o assunto?

Jie Li et al. e autores do Awake Prone Positioning Meta-Analysis Group‡ publicaram o estudo PROSPERO no periódico THE LANCET, em junho 2022 (versão impressa).

👉 Em uma revisão sistemática e meta-análise que se aprofundou na avaliação de 10 ECRs os autores identificaram resultados interessantes que identificaram um efeito positivo da posição prona em paciente acordado quanto à redução de risco de intubação traqueal, sendo este o desfecho 1o avaliado pelo estudo. RR 0,84 (IC 0,72-0,97)

👉 Em uma análise de subgrupos os autores identificaram que esse efeito somente foi presente nos pacientes que foram incluídos em uso de cânula nasal de alto fluxo (CNAF) ou VNI mas não com oxigenoterapia convencional, e naqueles tratados em Unidades de Terapia Intensiva mas não em enfermaria.

Vejam a figura abaixo que apresenta essa análise de subgrupos:

Quanto a outros desfechos os autores não identificaram redução no risco de óbito, tempo de permanência hospitalar ou na UTI ou escalonamento do suporte respiratório não-invasivo. 

Também não se observaram efeitos adversos sérios da posição prona.

👉 O tempo de posição prona adotado pelos pacientes foi muito variável: de 1-2h/dia até 8-10h/dia entre os vários estudos.

🧐Estudo importante pois traz luz sobre tema bastante controverso. A posição prona tem sido adotada amplamente como parte do tratamento da insuficiência respiratória hipoxêmica por COVID-19 em todo o mundo.

🧐O estudo aponta para um benefício comprovado nos pacientes mais graves, isto é, naqueles que requerem CNAF ou VNI e necessitam de UTI. Ao passo que nenhum efeito importante em casos menos graves.

🧐A questão de como a posição prona é implementada pode influenciar o seus resultados. Assim a literatura mostrou nos casos de pacientes com SARA intubados após muitos anos e estudos "negativos" até que o estudo PROSEVA elucidou que tanto o "timing" quanto o modo de se aplicar a posição prona fazem muita diferença.

🧐É possível que protocolos bem delineados, dirigidos por equipe multiprofissional experiente e que uma unidade com boa relação enfermeiras/paciente façam a diferença no impacto dessa intervenção nesse contexto em particular, por exemplo aumentando a adesão e conforto dos pacientes.

🧐Particularmente, a combinação de posição prona associada a outras estratégias não-invasivas como CNAF, CPAP e VNI, incluindo uso de capacetes merece mais estudos e soa promissora na insuficiência respiratória hipoxêmica com lesão pulmonar aguda em contextos para além da COVID-19.

Segue o link para o artigo (acesso livre)

Li J, Luo J, Pavlov I, Perez Y, Tan W, Roca O, Tavernier E, Kharat A, McNicholas B, Ibarra-Estrada M, Vines DL, Bosch NA, Rampon G, Simpson SQ, Walkey AJ, Fralick M, Verma A, Razak F, Harris T, Laffey JG, Guerin C, Ehrmann S; Awake Prone Positioning Meta-Analysis Group. Awake prone positioning for non-intubated patients with COVID-19-related acute hypoxaemic respiratory failure: a systematic review and meta-analysis. Lancet Respir Med. 2022 Jun;10(6):573-583. doi: 10.1016/S2213-2600(22)00043-1.

🙂 E você? Qual sua experiência? Tem usado a posição prona nesse contexto? Em caso positivo, que protocolo você segue?  

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