CLUBE DE REVISTA Sequential use of midazolam and dexmedetomidine for long-term sedation may reduce weaning time in selected critically ill, mechanically ventilated patients: a RCT
Por: Marcelo Alcantara, Médico - 04/07/2022 11:15
Sedação com base em dexmedetomidina durante a fase de transição para extubação se associa a melhores desfechos quanto ao tempo de desmame e a menos efeitos adversos do que propofol ou midazolam?
Tentando responder a essa pergunta, Yongfang Zhou et al. do Department of Critical Care Medicine, West China Hospital of Sichuan University, Chengdu, China realizaram um ensaio clínico randomizado e controlado avaliando pacientes intubados que falharam no teste de respiração espontânea e que ainda requeriam sedação venosa. Todos os pacientes vinham sedados com midazolam e fentanil incialmente.
Três estratégias foram comparadas: 1-substituição de midazolam para dexmedotimidina, DEX, (M-D), 2-substituição de midazolam para propofol (M-P) e 3-manutenção de midazolam (M).
A titulação da sedação foi conduzida por enfermeiras visando um escore de RASS de -2 a 0, que era avaliado a cada 4h.
Os protocolos de avaliação diária de despertar (spontaneous awake trial – SAT) e de respiração (spontaneous breathing trial – SBT) foram aplicados de forma similar nos três grupos.
O desfecho primário foi o tempo de desmame definido como a sua duração em horas, desde a randomização até a extubação. Desfechos secundários incluíram diversos parâmetros como tempo de recuperação da sedação, efeitos adversos como delirium e outros.
Ao todo, 228 foram analisados conforme intenção de tratamento e os três grupos apresentavam características clínicas similares.
No grupo 1, o uso de DEX se associou a menor tempo de desmame, 25 (18-48)h vs 32(23-51)h no grupo 2, propofol, e 49(26,5 a 73)h no grupo 3, midazolam, p=0.028). Comparando-se os grupos dex e midazolam, o uso do segundo se associou a uma hazard ratio (razão de dano) de 1,47 (1,05 a 2,06). O uso de propofol também foi superior em relação ao de mizadolam para o tempo de desmame e outros desfechos relacionados.
A figura abaixo mostra a curva cumulativa de percentual de pacientes liberados da VM ao longo do tempo.
Outros desfechos de interesse foram: maior percentual de pacientes na faixa alvo de sedação, menor incidência de delirium no grupo com uso de DEX em comparação ao grupo Midazolam.
Na nossa opinião, o presente estudo se alinha à observação clínica de que o uso de midazolam não é a melhor alternativa farmacológica para manutenção de níveis de sedação leve em pacientes sob VM invasiva, em especial, naqueles em fase de transição para o desmame ou extubação. O emprego de propofol foi superior ao de midazolam, mas sem alcançar os mesmos benefícios observados com a DEX. Segue link do artigo (acesso livre)
E você, o que achou?
Qual sua experiência na sedação de VM?
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